1.13 – Survive (Sobreviver)
[Fade in, a partir de tela preta]
[Fade in, a partir de tela preta]
[No fundo ouve-se a voz de Scott, enquanto está rolando cenas do capítulo anterior]
Scott – Nos capítulos anteriores de 4ever, muitas coisas andaram acontecendo, desde o desaparecimento de Priscila, passando pela sua fuga da casa abandonada, o seu encontro com Kevin, até o seu possível fim, na queda do carro...
CAM. focaliza a queda do carro, em slow motion, até que ele colide com a água e a cena da prosseguimento. Vai subindo, como se tivesse sendo puxada por alguém e para de frente ao carro que estava perseguindo Priscila e Kevin.
Homem 1 (saindo de dentro do carro com uma cara super irritada) – Droga, droga, droga, drogaaa!!
Outro homem saí de dentro do carro também, anda até a beirada o precipício.
CAM. mostra a imagem de um carro quase todo coberto pela água, mas sem sinal de vida.
Homem 2 (grita da beirada) – Eu nem estou vendo sinais de nenhum dos dois, eu acho que eles não irão dar mais dor de cabeça.
Homem 1 (falando irritadamente) – Isso é uma simples suposição tua, eu preciso conferir bem de perto, para me assegurar disso, nós vamos ter que descer e ir até lá, ver se eles realmente estão fora do nosso caminho.
Homem 2 – Você vai descer, eu não... se ela escapou é pela tua negligência, que não soube dar alimento a uma garota.
Homem 1 – Você realmente está crendo que o chefe, vai querer saber de quem foi a culpa da menina ter saído igual a uma louca desvairada correndo pelo meio do mato, só pelo simples fato de ser solta para comer alguma coisa? Eu acho que não, isso é o que diz a minha intuição e fora que, não fui eu que estava ausente logo na hora que o chefe foi ver a menina.
Homem 2 (com um ar de frustração) – Cara, não era para ter aceitado esse serviço, tudo estava mil maravilhas na minha vida.
[Abertura da série]
[Legenda do episódio de hoje “Sobreviver”]
[Em tela preta a imagem volta]
Homem 1 (falando com um ar de sarcasmo) – Claro irmão, ela estava as mil maravilhas mesmo, ter que ficar pedindo esmola no meio da rua, restos de comida, claro que não poderia estar melhor do que isso, como você mesmo disse, tudo estava as “mil maravilhas”, como você está coberto de razão, irmão...
Homem 2 (falando com uma certa agressividade) – Você e tua maldita ganância... você sabe que os grandões não estão para brincadeiras! E nós nunca tínhamos feito nada desse tipo, no máximo bater uma carteira no meio da rua, mas nãoooo... dessa vez tinha que ser diferente e você tinha que aceitar participar de um seqüestro, sabe que se alguém nos pegar, os únicos que vão se dar mal, somos nós? Acho que não, você tem estado bem feliz ultimamente.
Homem 1 – Sabe o que eu acho? Eu acho que está tarde demais para você ficar aí com esse sentimento ridículo de culpa e sabe o motivo? Acho que não, você está tão imundo de lama quanto eu, você poderia ter desistido de se juntar a mim, mas o fez? Não... e depois o ganancioso sou eu... se você não pensou o dinheiro que um raio caia na minha cabeça exatamente agora (olha para o céu), como eu previa, não caiu... você é tão hipócrita, quanto o resto dos “grandões”, que de grandes não tem nada, pelo contrário, usam o seu poder, para se camuflar as suas debilidades mais que notórias.
Homem 2 (com uma cara de surpresa) – Cara tu fala demais e coisas desnecessárias, você sabe que eu iria descer contigo... Mas sabe o que eu acho nós ainda podemos fugir de tudo isso, sair daqui... pegar a parte do dinheiro que nós já recebemos e nos mandar!
Homem 1 – Sumir daqui? Você sabe com quem nós estamos lidando? Você pensa que nós não vamos ser caçados como uns animais quaisquer? Você pensa que eles estão brincando? Não irmão, eles estão envolvidos com coisas enormes, coisas monstros e eles não vão deixar isso barato, nem para nós dois.
Homem 2 – Eu ainda não sei que tanto medo você tem desses caras, eles não podem ser tudo isso que você está falando... é impossível!
Homem 1 – Você ainda não sabe de todo o poder desses caras? Eu estou te falando de pessoas que encontram literalmente uma agulha no meio de um palheiro, quanto mais nós dois... irmão, nós estamos lidando com pessoas do alto escalão do governo, quer mesmo arriscar?
Homem 2 – E o que nós vamos fazer agora? Ficar nesse joguinho até quando? Nós vamos continuar fazendo o que eles mandam?
Homem 1 – É uma ótima idéia até que eles finalizem o serviço... nós não temos outra alternativa ou é isso... ou é isso, é lei do cão.
Homem 2 – Eu espero que isso tudo acabe logo e que eles encerrem o mais rápido possível o serviço deles, eu cansei de tudo isso. Eu acredito que seja o melhor.
Homem 1 – Talvez sim, talvez não... vai saber.
Homem 2 – Eu não penso nesse “talvez não”, para mim é o melhor mesmo.
[CORTA PARA O LADO EXTERIOR DA SALA DO DIRETOR]
CAM. focaliza o rosto de Angela, que está vindo ao encontro de Nathália, Mike e Aline, com uma cara super pálida.
Nathália (falando compulsivamente e mexendo os braços) – Conseguiu falar com ele?
Mike – O que ele te falou?
Aline – Você conseguiu convencer ele a ser mais legal?
CAM. ainda focalizada no rosto dela, que continua com o mesmo ar de palidez e inquietação.
Mike – Angela, o que está acontecendo contigo? Você está tão pálida...
Aline – Vamos! Vamos! Conta logo o que aconteceu na conversa de vocês dois!
Nathália – Gente, eu acho que ela não está se sentindo nada bem... vamos deixar de fazer perguntas complicadas para ela.
Mike – Eu concordo contigo Nathália, ela não está me parecendo nada bem, melhor é sentar ela no sofá e trazer água para ela.
Mike, segura Angela pelo seu braço e a acompanha, até um sofá que tem na sala onde eles se encontram e a faz sentar.
Aline – É isso que eu não entendo tão nerd para algumas coisas e para outras tão...
Mike – É melhor você não completar o seu pensamento...
Angela (voltando ao seu normal, lança um olhar com desaprovação) – E eu não sou nerd!
Nathália (tentando acalmar os ânimos) – Deixem isso para lá... Angela nos conta o que aconteceu entre você e o Scott, nós estamos morrendo de curiosidade!
[CORTA PARA O INTERIOR DO CARRO, QUE ESTÁ SENDO QUASE TODO TOMADO PELA ÁGUA]
Priscila (falando nervosamente) – Kevin, nós vamos morrer aqui dentro!
Kevin segura a mão de Priscila, em sinal para ela manter a calma e olhando com certa tranqüilidade.
Kevin (falando pausadamente) – Priscila, mantém a calma... se nós ficarmos mais nervosos do que já estamos, as coisas só tendem a ficar piores e eu não quero nada pior do que já está e você?
Priscila (tentando respirar normalmente) – É eu também não quero que elas fiquem piores, mas é que a cada segundo que passa, eu me sinto como se eu fosse morrer... E fora que eu acho que nem tem como a nossa situação ficar pior... ou tem Kevin?
Kevin (tentando ser engraçado) – Priscila, você quer que eu seja sincero ou que eu minta?
Priscila – Isso é bem complicado de responder, ao mesmo tempo que eu quero que você seja sincero e me conte toda a verdade, eu tenho medo do que eu posso chegar a escutar, que tal eu não responder nada?
Kevin – Eu só vou te dar uma certeza de tudo isso que nós estamos vivendo, neste exato momento... eu vou tirar você dessa, nem que seja a última coisa que eu faça na minha vida.
Priscila – Muito obrigada Kevin, você tem sido um amigo e tanto, tem me ajudado, mesmo nem me conhecendo direito.
Kevin – Servem lembranças de infância Priscila?
[CORTA PARA O LADO EXTERIOR DA SALA DO DIRETOR]
Angela (ainda meio pálida, mas recuperando a sua cor normal) – Eu acho que Scott sabe onde a Priscila está...
Nathália (entra num certo estado de choque, com a notícia dada) – Angela, você sabe o que você acabou de falar? Tem certeza disso tudo?
Angela (meio nervosa) – Eu sei o que eu ouvi, posso não ter certeza do que a outra pessoa estava falando do outro lado da linha, ainda não tenho ouvidos biônicos, mas eu escutei ele num papo altamente estranho no celular, só não da para ter certeza disso.
Mike (com uma cara de confuso) – Como assim, conversa...?
Angela – Deixa-me ver como eu consigo explicar isso para vocês... mas eu preciso que vocês prestem atenção...
Aline – De preferência, já que eu não estou entendendo bulhufas nenhuma.
Nathália – Aline, você vai continuar desse jeito pelo visto, quer dizer, pelo visto, todos vamos ficar sem entender bulhufas nenhuma, se você não fizer o favorzinho de calar a boca.
Aline (meio irritada com o corte) - Você só quer ser a certinha, você não está certa ok?
Mike (interrompendo uma possível briga) – Chega meninas... e Aline, no momento ela definitivamente está certa, aliás... mais que certa ela está.
Angela – Está certo gente, mas não é hora de brigas, eu concordo com o Mike, eu posso contar o que eu vi?
Nathália (olhando um pouco mais calma) – Por mim, pode contar sim.
Mike – É por mim também, eu estou ansioso para saber o que você ouviu, conta logo!
Angela (olhando para Aline) – Posso Aline?
[CORTA PARA UMA ÁREA DE MATA FECHADA]
Homem 2 (resmungando baixo) – Esse buraco, já não tinha bastado, ter que ficar uma semana toda trancado dentro de uma casa abandonada, agora tenho que ficar andando a pé no meio do mato, com todos esses bichos nojentos.
Homem 1 (fala com um ar de deboche) – Eu devia ter te empurrado lá de cima, iria me poupar bastante trabalho isso, você chegaria muito mais rápido e eu não teria que ficar aturando esses teus comentários idiotas!
Homem 2 (rindo com sarcasmo) – Como esse teu comentário foi extremamente engraçado, mas sabe... até que não teria sido uma idéia ruim da tua parte, das duas uma ou eu morria ou eu conseguia escapar dessa infelicidade, iria ser mais lucrativo.
Homem 1 – Olha lá o que você tem de desejo, nesse teu pequeno coração irmão... algumas vezes não é bom pensar em certas alternativas ou do contrário, elas podem via a acontecer e pode ser bom ou podem ser ruins.
Homem 2 – Era para ter parados de perseguir aquele carro, quando nós vimos que ele estava se mandando a qualquer custo.
Homem 1 – E ter a cabeça decepada, pelos grandões?
Homem 2 – Cara como você é dramático, que comentário absurdo, ninguém vai decepar a tua cabeça, deixa de história!
Homem 1 – Homem! Eu acho que você ainda não entendeu com quem nós estamos lidando, eu falei contigo, que é gente de muito poder, que mata e nunca vai ir em cana, ninguém, vai mexer com eles, por pior ação que eles cometam, realiza!
Homem 2 – Eu ainda acho que você faz tempestade em copo de água, me diz uma coisa... quem nos contratou, não foi uma empresa de produtos químicos?
Homem 1 – Sim, foi uma empresa de produtos químicos, mas que é do GOVERNO, ou seja, nós estamos na mão deles até as coisas acabarem e para isso acontecer, a menina tem que desaparecer!
Homem 2 – Eu sei que eu já tinha te falado isso, mas em síntese, nós trabalhos para o que seriam os “mocinhos”, mas nós e eles somos os “bandidos”?
Homem 1 – Irmão! Como você é esperto, eu fico orgulhoso, que depois de quase 1 hora, você conseguiu captar o espírito da situação.
[CORTA PARA INTERIOR DO CARRO, ONDE A ÁGUA ESTÁ NA ALTURA DO QUEIXO DE PRISCILA]
Priscila – Eu ainda não entendo essa coisa de motivo de fechar as janelas, se nós poderíamos ter saído por elas abertas, logo que o carro colidiu, teria sido muito mais prático.
Kevin – E eu correr o risco de você sair voando pela janela?
Priscila – Como assim?
Kevin – Você não tinha onde se segurar estava sem cinto de segurança, eu tinha medo que você fosse arremessada para fora do carro, aliás, você está com um pequeno corte no rosto.
Priscila (com uma voz de desespero) – O que? Um corte? Ai meu Deus, ele é muito feio? Me diz que ele não é feio, por favor!!!
Kevin – O corte, não é tão feio assim, nada que com um band-aid, não vá melhorar, quando nós sairmos daqui... mas mudando de assunto, daqui a pouco, o carro vai encher totalmente de água e nós vamos ter que pelo menos, nos manter uns 2 minutos, embaixo da água sem respirar, até que a pressão seja a mesma, dentro e fora do carro e assim, poder abrir a porta, você agüenta esse tempo todo?
Priscila – Então, quer dizer que quando você der o sinal, nós dois vamos abrir a porta?
Kevin – Não é menosprezando a tua força, mas eu vou abrir a porta, por ter um pouco mais de força que você, a porta, vai ficar dura, para ser aberta.
Priscila – Então se você diz que é mais fácil, eu vou te seguir, logo após você ter aberto a porta e feito o sinal.
Kevin – Se em vez de ficar esperando eu sair do carro, você quiser passar por cima de mim, eu agüento mais um pouco até você sair de dentro do carro, para mim você tem prioridade.
Priscila – Tudo bem Kevin, obrigada pela consideração, mas eu agüento sair do carro, alguns segundos a mais ou a menos, não vão fazer tanta diferença assim.
A água continua aumentando o seu nível e passa da altura dos olhos deles
[OUVE-SE AS BATIDAS DO CORAÇÃO DOS DOIS...]
Kevin olha para Priscila, já debaixo da água, enquanto o carro é totalmente tomado pela água. Ele desvia o seu olhar e começa a marcar o tempo no relógio, na esperança do tempo passar mais rápido que o normal. Priscila procura a mão de Kevin, embaixo da água, esperando poder se sentir mais segura, mas não encontra então ela continua procurando algo para poder segurar, encontrando o braço dele e segura firme nele. Sua visão começa a ficar turva, por falta de ar e começa a perder os sentidos, em sua última instância, ela sente alguém puxando ela pelo braço, tudo fica branco.
[CORTA PARA O MEIO DO MATO]
Homem 1 – Como você é frouxo! Nós só estamos perdendo tempo contigo aí sentadinho, parecendo uma mulherzinha!
Homem 2 – Você está certo de que nós vamos chegar extremamente rápido lá... não sei se você notou, mas teria sido mais prático você ter pulado lá de cima, em vez de me empurrar, seu besta e eu não pareço uma mulherzinha, só por estar querendo descansar um pouco.
Homem 1 (fazendo uma cara de irritação) – Você e essas tuas piadinhas, que a pessoa no máximo consegue rir internamente, para não dizer que não riu nada.
[CORTA PARA O LADO EXTERIOR DA SALA DO DIRETOR]
Aline – Claro que pode Angela, pode começar a contar sim, eu estou super curiosa, com o que está acontecendo, tudo está tão estranho ultimamente.
Angela – Então eu vou começar a contar o que aconteceu... Quando eu fui atrás de Scott, eu falei... mas ele foi extremamente grosseiro e seco comigo, no início, então... eu nem quis forçar muito a barra, depois do clima chato, que ficou aqui, então do nada, ele me pediu para eu dar um tempo, naquela conversa, uma vez que, ele tinha que ver como resolver uns probleminhas e nesse mesmo instante tocou o celular...
[INICIO DE UM FLASHBACK, DE ALGUNS MINUTOS ATRÁS, COM A VOZ DE ANGELA, COMO NARRADORA]
Angela – Mas eu fui muito mais esperta que ele, então quando ele deu as costas para mim, para atender o celular, eu o segui até o local que ele se dirigiu, falando ao celular... quando ele chegou no meio da conversa, estava parecendo uma discussão bem horrenda, com a pessoa que estava do outro lado da linha telefônica e alguns segundos depois ele disse que queria que a devolvessem e que ele não estava a fim de negociar nada, já que eles tinham errado a pessoa... e que era melhor eles a devolverem o quanto antes, se não haveria grandes problemas.
[FIM DO FLASHBACK]
CAM. mostra bem devagar o rosto de Mike, Nathália e Aline, que estão com um ar de total descrença, no que Angela acaba de falar e sem saber o que comentar... algumas vezes abrindo a boca, mas prontamente fechando, sem conseguir proferir nenhum som.
[CORTA PARA A MARGEM DO RIO]
CAM. focaliza Kevin, tentando reanimar Priscila, que está desacordada.
Kevin – Qual é Pri... acorda, eu não acredito que você agüentou tudo isso, para desistir tão facilmente depois de estar livre! (mexendo nela). Vamos Pri, acorda mulher... eu não posso chegar contigo nesse estado em lugar nenhum, você tem que andar comigo, você mais uma vez tem que mostrar que é uma pessoa de garra e coragem! ACORDA! Vamos Priscila SOBREVIVA, pelo que há de mais sagrado nesse mundo!
CAM. focaliza bem de perto o rosto de Priscila, da um close no olho dela, que se abre rapidamente.
[FADE OUT]
[Música no fundo 4Ever – The Veronicas]
[Créditos rolando]
Elenco:
Keira Knightley como Priscila
Chris Evans como Mike
Sophia Bush como Aline
Tom Welling como Diego
Bethany Joy Lenz como Nathália
Kristen Bell como Angela
Convidados Especiais:
Jensen Ackles como Scott Davis
Homem 1 como Homem 1
Homem 2 como Homem 2
Matt Long como Kevin
Música Tema:
4Ever
Escrito por:
Wendy Finco e Luiz Felipe
Idéia Original:
Wendy Finco